Encenações

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Não conseguireis desgostar-me da guerra. Diz-se que ela destrói os fracos, mas a paz faz o mesmo."

Bertolth Brecht.

sábado, 11 de setembro de 2010

Terra das ausências ou Cultura Potiguar em debate.

No último dia oito de setembro, fui testemunha de um fato que marcou positivamente a atuação dos que fazem a nova classe pensante da cidade do sol.
Acontece que, em iniciativa audaciosa, uma galera antenada com as questões de seu tempo resolveu dar voz às suas inquietações.
Faço, deste modo, uma alusão direta ao NJA e a Revista Catorze: dois espaços criados de forma independente com o intuito de divulgar e pensar a nossa tão diversificada cultura.
E foi nessa levada independente com o apoio da classe local, que eles propuseram e executaram o debate.
E foi um espetáculo de momento... Nele, todos os presentes puderam atestar a metáfora perfeita referente às políticas públicas voltadas à cultura do estado: uma cadeira vazia. Lugar destinada ao candidato Iberê Ferreirra, representante da frente política, que governou nosso estado nos últimos anos. Aliás, vazio é a expressão perfeita para desenhar melhor o papel do estado durante esse período.
Engraçado que a palavra vazio revela um evidente contraste se obsersada por outro anglo: os dos artistas e escritores que produzem, e muito, nos limites fronteiríssos do elefante!
As propostas apresentadas pelos condidatos presentes no debate não trouxeram nada que surpreendesse. Uma vez que o candidato que assumir o poder será obrigado pelo Governo Federal a legalizar uma Secretaria de Cultura com orçamento vindo das receitas arrecadas pelo ICMS.
Não entenderam nada? Basta então, dar uma lida na PEC 150 (http://culturadigital.br/iicncrj/2009/09/25/aprovada-pec-150-vitoria-da-cultura-no-congresso/) que entre outras obrigações, destina aos estados da federação a regularização de Secretarias de Cultura com orçamentos advindos da receita resgatada com o ICMS do estado, município e da própria união.
De positivo mesmo, o que fica deste debate é o passo - mais que largo - dado por essa galera do NJA e da Catorze.

Fica a dica:

NJA (Reunem-se quizenalmente na Casa da Ribeira sempre aos sábados) www.nucleojovensartistas.blogspot.com

Revista Catorze (Encontre-os nos ambientes que ferve cultura)
www.revistacatorze.com.br

Carta aos que fazem teatro (02)

O teatro é para poucos...
Que o compreendem como um complexo sistema capaz de revelar, com uma lente potente (a poética da cena) as distorções subjetivas e socias existentes ao nosso redor.
Quer seja com o mais ingênuo dos comediantes - por mais cruel queo gênero possa ser - quer pelo quebra cabeça que é a cena de nosso tempo proposta pelo que chamo de aglutinador de conflitos e temas: o encenador.
O teatro é para poucos... pois não basta representá-lo como simples espelho da realidade ou ferramenta do entretenimento mercadológico.

Carta aos que fazem teatro (1)

O teatro é para poucos... que ao despertar o olhar reconhecem o seu redor como fonte principal para a criação artística! 
O teatro é feito por pessoas que dialogam com o tempo que vivem, desse modo, não sejamos ingênuos ao tentar representar realidades miméticas. Afloremos a inteligência alheia, questionando a gigante massa formada por pessoas cuja natureza não está ligada a busca, a curiosidade e ao encantamento. 
Fazer teatro para despertar sensações e quebrar couraças que limitam o homem e o transformam em objeto, em cadeiras. Isso mesmo, pessoas cadeiras reduzidas a mero utensílio de organização de um lugar... deste espaço que a todos é apresentado como e real. Quebrar couraças com a arte em busca de um ser pleno com  o outro. Afinal, teatro é a arte da urgência. E a urgência de nosso tempo está no desejo de promover o despertar de humanidade que existe em cada ser.